Descubra as principais inovações e tendências da oncologia em 2025 no Brasil

Avanços tecnológicos revolucionam o diagnóstico e o tratamento do câncer

A edição de 2025 do congresso ASCO (Sociedade Americana de Oncologia Clínica), realizada em Chicago, reuniu 44 mil especialistas que discutiram inovações impactantes que estão mudando a prática clínica globalmente. Entre os destaques estão:

• Diagnóstico genômico e medicina de precisão: São realizadas análises genômicas detalhadas para identificar alterações moleculares específicas nos tumores, permitindo a personalização dos tratamentos. No Brasil, centros como o Hospital Israelita Albert Einstein avançam no uso dessas tecnologias para classificar tumores, prever resistência a medicamentos e indicar terapias-alvo, como os anticorpos droga-conjugados (ADCs).
• Inteligência Artificial (IA) aplicada à oncologia: Sistemas de IA já são usados para aumentar a precisão diagnóstica, com ganhos relatados na categorização do câncer de mama HER2-baixo, reduzindo erros e ampliando o acesso a tratamentos eficazes. Além disso, a IA ajuda na identificação precoce de lesões cervicais pré-cancerosas e na análise não invasiva de fragmentos de DNA tumoral circulante (ctDNA) para monitorar o avanço da doença e orientar decisões clínicas.
• Terapias inovadoras: Novos medicamentos, como os ADCs — que funcionam para entregar quimioterapia diretamente nas células tumorais — apresentam resultados promissores em estudos clínicos, com potencial para melhorar o controle da doença e minimizar efeitos adversos. Exemplos incluem o trastuzumabe deruxtecana para câncer de mama e gástrico HER2-positivo.
• Imunoterapia de última geração: No câncer de pulmão e de cabeça e pescoço, combinam-se imunoterápicos com tratamentos clássicos para tentar reduzir recidivas e aumentar sobrevida. O uso de medicamentos como o nivolumabe no pós-operatório do câncer de cabeça e pescoço localmente avançado tem mostrado efeitos positivos em alguns estudos na redução do risco de retorno da doença.
• Terapias celulares CAR-T para tumores sólidos: Tradicionalmente aplicadas em cânceres hematológicos, as células CAR-T estão sendo testadas com resultados iniciais em tumores sólidos, como no câncer renal avançado, abrindo uma nova fronteira terapêutica em desenvolvimento no Brasil e no mundo.

A transformação do cuidado oncológico no Brasil

No contexto brasileiro, o desenvolvimento e incorporação dessas inovações enfrentam desafios relacionados a custos, infraestrutura e acesso, especialmente fora dos grandes centros urbanos. Entretanto, centros de referência vêm liderando esse movimento, combinando assistência, pesquisa e ensino:

• Hospital Israelita Albert Einstein (São Paulo): É uma das instituições brasileiras que incorpora avanços em diagnóstico molecular, terapias teranósticas, cirurgias robóticas, ablação térmica e programas de transplante de medula e terapia CAR-T. Está em construção um novo Centro de Cuidados e Terapias Avançadas, programado para abrir em 2027, com infraestrutura para radioterapia, quimioterapia e procedimentos cirúrgicos complexos.
• Hospital Municipal Gilson de Cássia Marques de Carvalho (São Paulo): Este hospital público está se estruturando para ampliar o acesso a tratamentos oncológicos modernos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e participa de pesquisas clínicas que facilitam a inclusão dos pacientes brasileiros em ensaios que testam novos tratamentos.

Para pacientes fora do eixo São Paulo, recomenda-se consultar bases oficiais como o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e associações regionais de oncologia para localizar centros especializados nas respectivas regiões.

Abordagem centrada no paciente e qualidade de vida

Um movimento importante destacado em 2025 é o cuidado oncológico centrado no paciente, com atenção especial a aspectos humanizados e multidisciplinares:

• Avaliações geriátricas personalizadas: O modelo GAIN-S vem sendo implementado para pacientes idosos, auxiliando na decisão sobre tratamentos adequados conforme prognóstico e preferências individuais, com potencial para melhoria na qualidade de vida.
• Incorporação da atividade física: Estudos indicam que programas de exercícios estruturados após o tratamento para câncer colorretal podem reduzir a recidiva e melhorar a sobrevida global. A recomendação médica inclui pelo menos 150 minutos semanais de atividade moderada, como caminhada rápida.
• Discussão sobre qualidade de vida: Médicos e especialistas ressaltam que, além da sobrevivência, é fundamental priorizar o bem-estar do paciente durante e após o tratamento, buscando reduzir os efeitos colaterais e o sofrimento.

Como funcionam os centros de tratamento oncológico no Brasil?

Os centros de tratamento no Brasil variam entre institutos privados de referência e unidades públicas com programas de oncologia:

• Estrutura e equipe multidisciplinar: Centros especializados oferecem diagnóstico integrado (imunohistoquímica, análise molecular, imagem), tratamentos diversificados (cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia) e suporte psicológico.
• Pesquisa clínica como porta de acesso: Pacientes podem ter acesso antecipado a terapias inovadoras por meio de ensaios clínicos, que contribuem para acelerar a disponibilidade dos avanços tecnológicos no país.
• Custos e cobertura: O SUS cobre muitos procedimentos oncológicos, embora o acesso a medicamentos de última geração ainda seja limitado para parte da população devido a barreiras econômicas e regulatórias. A oferta privada inclui tratamentos com alta tecnologia.
• Localização: Os principais centros com alta tecnologia concentram-se em grandes cidades, sobretudo São Paulo. Houve avanços na certificação e qualificação de centros públicos para ampliar o atendimento com padrão reconhecido, como no Hospital Gilson de Cássia.

Considerações finais sobre o panorama oncológico em 2025

O ano 2025 sinaliza avanços científicos, tecnologia e uma abordagem mais personalizada no tratamento do câncer. No Brasil, apesar dos desafios estruturais e de acesso, existem centros de excelência que desenvolvem inovações e cuidam dos pacientes com atenção integral.

Para quem busca tratamento oncológico, é importante procurar instituições com corpo clínico especializado, tecnologia atualizada e suporte multidisciplinar. A participação em pesquisas clínicas pode ser considerada quando possível, oferecendo oportunidades de acesso a tratamentos inovadores com potencial para melhorar o prognóstico.

Em resumo, o futuro da oncologia no Brasil está voltado para:

• Diagnósticos mais precisos com base em análises moleculares;
• Tratamentos personalizados e menos tóxicos;
• Crescente utilização da inteligência artificial para decisões clínicas;
• Cuidados integrados que respeitam a preferência e a qualidade de vida do paciente;
• Expansão da capacidade e qualidade dos centros de tratamento em todo o país.

Fontes

• ASCO 2025: os grandes avanços que estão transformando o cuidado com o câncer
• Qual o futuro do diagnóstico e do tratamento contra o câncer? — Hospital Israelita Albert Einstein
• Oncoguia acompanha de perto os destaques da ASCO 2025, o maior congresso de oncologia do mundo

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